O acompanhamento de gestantes com doenças autoimunes exige atenção redobrada desde o início da gravidez. Segundo a Dra. Thaline Neves, especialista em medicina fetal, condições como lúpus e síndrome antifosfolípide podem trazer riscos adicionais ao desenvolvimento fetal, tornando necessário um acompanhamento médico rigoroso e individualizado. Assim, quando bem monitorada, a gestação pode evoluir de forma segura, reduzindo complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. Pensando nisso, a seguir, veremos os principais cuidados que fazem diferença nesses casos.
O que significa acompanhamento de gestantes com doenças autoimunes?
O acompanhamento de gestantes com doenças autoimunes consiste em uma série de avaliações clínicas e exames de imagem destinados a verificar o bem-estar do bebê. De acordo com Thaline Neves, o objetivo é identificar precocemente qualquer alteração que possa comprometer o desenvolvimento intrauterino. Isso inclui a avaliação da circulação sanguínea, do crescimento fetal e da função placentária.

Desse modo, em situações de maior risco, como ocorre em gestantes diagnosticadas com lúpus eritematoso sistêmico, o acompanhamento deve ser intensificado. Isto posto, exames de ultrassonografia obstétrica e dopplerfluxometria, realizados em intervalos menores, auxiliam na detecção de complicações, garantindo intervenções oportunas.
Quais riscos podem surgir para o bebê?
Gestantes com doenças autoimunes apresentam maior predisposição a complicações, especialmente relacionadas à placenta. Conforme informa a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, isso pode levar a restrição de crescimento intrauterino, parto prematuro ou até mesmo perdas gestacionais. Ademais, em casos de síndrome antifosfolípide, há um risco elevado de formação de coágulos que afetam diretamente a oxigenação do feto.
Outro ponto de atenção é a possibilidade de o bebê desenvolver bloqueio cardíaco congênito, sobretudo quando a mãe apresenta determinados anticorpos. Por isso, a monitorização cardiológica fetal também é indicada em casos específicos, contribuindo para um diagnóstico precoce e para a tomada de decisões terapêuticas adequadas.
Quais cuidados são necessários durante a gestação?
O cuidado com gestantes diagnosticadas com doenças autoimunes deve ser abrangente e contínuo. Como explica a Dra. Thaline Neves, a conduta envolve tanto o acompanhamento médico multidisciplinar quanto a adoção de medidas preventivas. Entre os principais cuidados, destacam-se:
- Monitoramento frequente por ultrassonografia: permite acompanhar o crescimento e a vitalidade fetal.
- Controle da pressão arterial e da função renal: evita complicações maternas que afetam diretamente o bebê.
- Uso adequado de medicações seguras na gestação: algumas terapias precisam ser ajustadas para não comprometer a saúde fetal.
- Avaliação periódica da coagulação sanguínea: fundamental em pacientes com síndrome antifosfolípide, reduzindo riscos trombóticos.
- Consulta conjunta com reumatologista e obstetra especializado: favorece um planejamento de cuidados mais assertivo e seguro.
Essas medidas, quando aplicadas de forma integrada, ampliam as chances de um desfecho positivo, proporcionando mais tranquilidade para a mãe e segurança para o bebê.
Como o planejamento prévio pode ajudar?
O planejamento pré-concepcional é considerado um dos pilares mais importantes para gestantes com doenças autoimunes. Como destaca Thaline Neves, quando a paciente recebe orientações antes mesmo de engravidar, há maior possibilidade de estabilizar a doença, escolher as medicações adequadas e preparar o organismo para a gestação.
Esse processo reduz significativamente o risco de crises durante a gravidez, além de melhorar os índices de desenvolvimento fetal saudável. Inclusive, o acompanhamento contínuo antes, durante e após a gestação é indispensável para minimizar riscos e garantir suporte adequado tanto para a mulher quanto para o bebê.
Gestantes com doenças autoimunes: segurança com acompanhamento adequado
Em conclusão, embora gestantes com doenças autoimunes apresentem riscos adicionais durante a gravidez, o acompanhamento fetal especializado permite identificar precocemente complicações e adotar condutas preventivas. Dessa forma, a atenção individualizada, o planejamento prévio e o suporte multidisciplinar representam os maiores aliados para garantir segurança à mãe e ao bebê. Ou seja, com monitoramento adequado, é possível transformar desafios em oportunidades de cuidado e assegurar uma gestação saudável.
Autor: Kuznetsova Romanove