O governo do Tocantins, sob a liderança do governador Wanderlei Barbosa, anunciou a nomeação de Ruivaldo Aires Fontoura como o novo presidente do Instituto de Terras do Estado (Itertins). A decisão foi tomada após a exoneração do ex-presidente Robson Moura Figueiredo, que foi mencionado na Operação Maximus da Polícia Federal, que investiga a venda de sentenças no judiciário local.
A nomeação de Ruivaldo foi oficializada no Diário Oficial do Estado em 10 de setembro. Ele é oficial de justiça avaliador e foi cedido pelo Tribunal de Justiça ao governo até o final de 2024. A decisão de sua cessão foi publicada anteriormente no Diário da Justiça em novembro de 2023.
Robson Moura foi exonerado em 28 de agosto, e a procuradora-geral do estado, Irana de Sousa Coêlho Aguiar, assumiu interinamente a presidência do Itertins. Tentativas de contato com o ex-presidente para comentários não foram atendidas até o momento.
Além da exoneração de Robson, o governador também dispensou o presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), que agora está sob a responsabilidade de Edvan de Jesus Silva, diretor de proteção e qualidade ambiental do órgão. A Operação Maximus resultou em várias exonerações, incluindo a do procurador-geral do Estado e do superintendente do Procon Tocantins.
A Operação Maximus investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo a venda de sentenças judiciais no Tocantins. O desembargador Helvécio de Brito Maia Neto e o juiz José Maria Lima foram afastados de seus cargos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em decorrência das investigações.
As apurações estão focadas em crimes como corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação resultou na execução de dois mandados de prisão preventiva e 60 mandados de busca e apreensão em várias localidades, incluindo o Fórum de Palmas e a sede do Tribunal de Justiça.
Conforme as informações do STJ, Robson Moura é acusado de atuar como intermediário na compra da liberdade provisória de um condenado por homicídio, o que agrava ainda mais a situação. As medidas cautelares incluem o afastamento de cargos públicos e o sequestro de bens dos envolvidos.
A nomeação de Ruivaldo Aires Fontoura e as mudanças na gestão do Itertins refletem a necessidade de renovação e transparência em um momento delicado para a administração pública no Tocantins.