O consumo de café no Brasil registrou um crescimento de 1,11% em 2024, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) em uma coletiva de imprensa realizada no dia 5 de fevereiro. Este aumento representa um total de 21,92 milhões de sacas consumidas no ano passado, contra 21,67 milhões em 2023. Apesar do crescimento, o consumo per capita de café no país apresentou uma leve queda de 2,2%.
O consumo per capita de café torrado e moído no Brasil diminuiu de 5,12 kg por habitante ao ano para 5,01 kg entre 2023 e 2024. A redução foi atribuída ao aumento da população, que, de acordo com a base populacional do IBGE, gerou uma distribuição proporcionalmente menor de café por pessoa. Esses dados foram coletados no período de novembro de 2023 a outubro de 2024.
Durante a coletiva, a questão da possível escassez de café no mercado interno foi levantada, mas o presidente da Abic, Pavel Cardoso, negou qualquer risco iminente de falta do produto. Ele explicou que, em países produtores e exportadores, existem estoques reguladores que garantem o abastecimento. Além disso, devido à implementação da EUDR (Regulamento Europeu de Devida Diligência), as importações de café pela Europa foram aceleradas para garantir uma maior reserva.
Embora a safra brasileira de 2025 seja projetada para ser ligeiramente menor, Cardoso ressaltou que não há motivos para alarme. Fábio Sato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), que também esteve presente na coletiva, acredita que a safra brasileira poderá ajudar a aliviar a situação de oferta. A expectativa é que, mesmo com a leve redução, o país consiga manter o equilíbrio no abastecimento interno.
Edvaldo Frasson, presidente do Sindicafé-SP, também garantiu que a indústria está preparada para enfrentar qualquer desafio relacionado à oferta de café. Ele afirmou que, apesar de eventuais dificuldades com a safra, a infraestrutura do setor garante que a produção nacional consiga atender à demanda. De acordo com Frasson, o mercado interno está em uma posição sólida para lidar com flutuações.
A indústria cafeeira brasileira tem enfrentado desafios constantes, especialmente com as mudanças climáticas e a variação nas safras. No entanto, a capacidade de adaptação do setor tem sido um fator crucial para manter o país como um dos maiores produtores e consumidores de café do mundo. As ações preventivas, como os estoques reguladores, também têm desempenhado um papel importante na garantia do abastecimento.
Além disso, a qualidade do café brasileiro continua sendo um diferencial no mercado global, o que fortalece a posição do Brasil tanto como produtor quanto como consumidor. O país segue sendo um ponto de referência para os amantes do café, com variedades que atendem a diferentes preferências. O desafio agora é manter essa qualidade e assegurar a continuidade do abastecimento, mesmo com as previsões de uma safra reduzida.
Por fim, o mercado de café no Brasil segue monitorando de perto a produção e os impactos das condições climáticas. A expectativa é que a indústria continue se adaptando às novas demandas, tanto internas quanto externas, e que o país consiga preservar sua liderança no cenário global. A combinação de inovação, gestão de estoques e qualidade no produto são elementos chave para o futuro do café brasileiro.